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Mostrando postagens de agosto, 2018

O dia que o meu gerbil falou comigo

Há alguns dias adquiri um par de geris. Simplificando para quem não conhece, gerbil ou esquilo-da-mongólia como também é conhecido, é um tipo de hamster. Mas não estou aqui para falar de gerbis em geral, quero contar sobre o dia em que o meu falou comigo. Era uma noite fria de inverno e eu estava passando roupa. De repente ouvi um chiadinho, quase um chorinho (como de rato) vindo do terrário. Gerbis são meio selvagens e quase não interagem com o dono. Mas esse estava chiando pra mim. Achei muito bonitinho e pensei que talvez o bicho estivesse com frio. Então coloquei feno no terrário e aproveitei de trocar a água e a ração. Talvez fosse fome. Continuei passando minha roupa quando escutei novamente. Parecia um apitinho desses brinquedos de borracha para bebês. Lembrei que esses animais adoram semente de girassol (mas não pode dar muito senão eles se empanturram e morrem). Peguei um pouquinho de semente e estendi a mão no terrário para o pequenino comer. Ele, como d

Cachorro

Cachorro não pode ser muito bem educado. Tem uma cena no filme “Bolt” que deixa isso muito claro. Pra quem não viu, uma atriz mirim contracena com um cãozinho chamado bolt em uma série de TV. Lá pelas tantas, o cachorro se perde e a produção do programa encontra outro cachorro para substituir. Só que a criança percebe que não é mais o mesmo cachorro na hora, porque um adestrador faz um sinal e o cachorro senta roboticamente. Ocorre que o bolt original era um cachorro normal que, inclusive, acreditava na trama da série. A naturalidade do cachorro era o segredo do sucesso. Óbvio, nada mais legal do que ver um cachorro sendo cachorro. Isto é, agindo naturalmente, perseguindo o próprio rabo, mordendo alguma coisa, latindo, lambendo as partes... Não, lambendo as partes não, isso é nojento mesmo.   Esses cães super adestrados são bizarros. Outro dia vi um desses especialistas em educação canina falar num programa de TV: “Não cumprimente o cachorro ao chegar”, “Não se despeça quan

Charlene

Eu devia ter uns 10 anos, meu pai acordava cedo pra fazer o café e comprar pão. Um dia ele esqueceu o leite no fogo e saiu para comprar o pão. Você pode deduzir que o leite derramou apagando o fogo e fazendo aquela fumaceira. Quando eu acordei pensei que fosse um incêndio. Corri para a cozinha e desliguei o gás. O mais engraçado e todo mundo ficou comentando foi que eu salvei a periquita. Calma, nós tínhamos uma periquita de estimação chamada Charlene (em homenagem à personagem da série “A família dinossauro”). Subi na cadeira, tirei a gaiola do prego e levei lá pra fora aproveitando de deixar a porta aberta para a fumaça sair. “Um verdadeiro salvamento” comentavam à minha volta. “Isso é uma atitude heroica de verdade!” continuavam. Eu a essa altura já estava me sentindo o Batman. O grande salvador de periquita. “Salvei minha periquita” dizia aos meus coleguinhas na escola. "O nome dela é Charlene" prosseguia. Ninguém achava estranho até a adolescência. N