Montanha russa

Definitivamente o amor não é um sentimento!
O amor, no começo, dá alegria. Mas só no começo.
Depois disso é uma montanha russa.
Há momentos, inclusive, de profunda tristeza.
E digo mais, só é capaz de sentir uma tristeza profunda quem realmente ama.
Há momentos de raiva. E é nesses momentos que machucamos aqueles a quem amamos.
Parece uma contradição, mas palavras cheias de amor podem machucar.
É por isso que quando amamos, devemos medir as palavras.
Antes de abrir a boca, é preciso parar e pensar.
A razão deve julgar as emoções. Sim, o coração vai para o banco dos réus de vez em quando.
Crimes geralmente acontecem no calor do momento.
Foi isso que me aconteceu outro dia. Tive uma discussão com uma pessoa amada, e
justamente por amá-la.
O cuidado às vezes pode parecer intromissão, o conselho, julgamento.
Até mesmo compartilhar um pensamento que gostamos, pode parecer uma afronta se visto de
outra maneira.
E esse é o problema em amar: Amamos o outro. E o outro vê o mundo com outros olhos.
Não temos o domínio sobre o olhar do outro. Não controlamos seus pensamentos.
Sei o que disse, mas não sei o que o outro ouviu. Sei o que escrevi, mas não o que o outro leu.
Sei o que compartilhei, mas não sei o que o outro recebeu.
Isso porque toda mensagem chega com o vírus da emoção, cujo hacker é o próprio receptor.
Se eu digo algo alegre a uma pessoa triste, as minhas palavras podem ganhar significados completamente avessos.
E visse e versa.
Quando amamos queremos o bem. Mas não adianta desejar todo bem a quem se ama.
Cada um precisa percorrer o próprio caminho na direção do bem.
O bem demanda aprendizado e o aprendizado demanda experiências pessoais e individuais.
De modo que amar implica em negar o próprio amor a fim de dar espaço ao outro para ser
quem é. E em sendo quem é, aprenda com os próprios erros, defeitos e ilusões.

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