A felicidade dos outros volta para você

Para ser feliz é preciso fazer alguém feliz. Não, não significa que você vai receber algo em troca. A felicidade está no fazer. Quem ajuda uma criança pobre e crê que há uma recompensa humana ou divina por vir, desprezou o sorriso da criança. Não é apenas gratidão, quem pode ajudar tem muito mais a agradecer. Não é por pena, o nome disso é humilhação. Não se trata do alívio do sentimento de culpa. Quem sofre com tanta culpa? Trata-se da natureza da felicidade. A felicidade pode estar dentro de nós, mas ela é ligada na energia do outro. Aciona-se por sensor de movimento. A felicidade surge no encontro, na troca de afeto, na relação. São ondas magnéticas, acontece quando as almas se cumprimentam.

Que graça tem ouvir uma piada e não poder contá-la a ninguém? A satisfação compartilhada é dobrada. Ou o que adianta comer algo delicioso e não poder dizer: “Que delícia! ”, porque não tem ninguém para ouvir. Ou: “Prova aqui um pouquinho! ”. Somos capazes de sentir o gosto na boca do outro. O júbilo nos olhos do outro. A graça no sorriso, a paz no suspiro, o amor no gemido. Sentimento se pega, os solitários têm menos experiências sensoriais. Uma vida com mais alegria, mais satisfação, mais amor, mais paz, mais sabor, mais graça dificilmente será menos feliz.