Não tenho TV

Passo as tardes de domingo com meu filho no parque. Às vezes vamos à pracinha ver o chafariz e andar de bicicleta.

É sério, não tenho TV.

TV tem cara de mobília velha, combina com a estante mogno do meu pai.

Eu não quero mais TV, meus amigos já tem a senha do wifi, cada um vê o que quer no celular.

Na hora do almoço a gente conversa e na sesta dou um cochilo.

Desde que casei não quis comprar TV. Não quis me endividar com uma coisa que não queria só porque todo mundo tem uma.

Isso já tem seis anos e não sinto falta.

Dei adeus a programas ruins, comerciais, horário eleitoral. Vejo tudo o que quero na internet e quando quero.

Adeus Gugu, adeus Faustão, adeus Datena, Bispo, Ratinho. Até nunca mais Big Brother.

Não dependo mais da programação. Nem me lembro mais como é esperar para ver um filme ou série. Declarei a independência da minha diversão.

Gosto de aproveitar o sol dos feriados ensolarados. Gosto da luz da lua das noites quentes de verão. Gosto do som da chuva lá fora pra dormir.

A imagem é perfeita e em 4D.

Não tenho TV e nem pretendo ter. Já existem muitas telas em casa, além da janela.

A TV mata o tempo e o tempo, meu caro, é escasso e valioso. O tempo é a própria vida.