Sorte

Tantos malvados gozam de boa dita enquanto cruéis mazelas infortunam gente muito boa. De maneira totalmente aleatória, a sorte é soberana e soberanamente agracia a quem quer e amaldiçoa a quem quer.
Cega, não vê raça, não vê cor, não vê religião ou cultura, não vê nobreza nem adota critério algum. Não são os bons que a conseguem, nem os melhores que a granjeiam. Heróis e vilões, mocinhos e bandidos, todos réus no tribunal sem lei do acaso. Todos nivelados.
Portanto, contar com a sorte para ser feliz é como contar com um relâmpago para ter luz ou com a brisa para se refrescar. É uma forma de preguiça. É não viver estando-se vivo. É como assistir a vida pela janela dos olhos como se fosse um programa de TV enquanto se engorda ocioso.

Pode ser que o preguiçoso tenha boa sorte, mas isso vai torná-lo ainda mais preguiçoso. Sem saber que o azar fareja pessoas preguiçosas e logo as encontra. Infelicidade é não se dar conta da sorte que se tem até que seja tarde demais. Felicidade é ser grato e desfrutar, sabendo que tudo passa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O povo da garoa

Eu sou o sr. Madruga

Não é de Deus quem diz que é de Deus