Uma versão da fábula da formiga e da cigarra

Era uma vez uma formiga e uma cigarra.
A formiga trabalhava duro todos os dias mesmo ganhando um salário mínimo, enquanto que a cigarra vivia de balada em balada.
— A vida é curta! Dizia ela zombeteira.
Um dia a formiga foi promovida e passou a ganhar um salário melhor. A cigarra então passou a pedir-lhe dinheiro emprestado, pois estava desempregada. Dizia que era para comida, mas gastava tudo com diversão.
Numa dessas a cigarra sofreu um acidente e morreu. A formiga não pode ir ao seu enterro porque estava muito ocupada trabalhando em seu novo cargo, mas mandou flores pelo correio.
A formiga ajudava financeiramente a família da cigarra e estava presente nos natais e feriados. A família da cigarra achava pouco e reclamava que a formiga não ajudava mais, pois eles eram muito pobres.
Por outro lado algumas cigarras ficavam ofendidas com a ajuda da formiga e diziam:
— Não precisamos da sua compaixão!
A formiga ficava triste e chorava, mas quando via as cigarras passando necessidade, se compadecia e ajudava.
Um dia a irmã da cigarra foi procurar emprego na empresa da formiga porque queria vencer na vida. Entretanto, as outras formigas não quiseram contratá-la porque tinham preconceito.
Uma cigarra revoltada e desesperada pegou uma arma e assaltou uma formiga e a matou. Todos os insetos compareceram para o julgamento. Eles estavam divididos. Uns diziam:
— Essa cigarra vagabunda tem que morrer! Ela matou uma formiga trabalhadora e pai de família.
Enquanto outros exclamavam:
— Mas ela não teve oportunidades na vida e vem de uma origem desfavorecida em todos os sentidos!

E até os dias de hoje os insetos não conseguiram resolver essa questão.

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